segunda-feira, 15 de março de 2010

Soldados - Homens Portugueses

Muitos homens vi morrer,
E muitas paisagens vi a cobrirem-se de fumo.
Por lá, coube à solidão matar
E às chuvas repartirem emoções que pairavam sobre o ar.
Terras humilhadas
Em redor de silêncios maquiavélicos
De onde feridas e traições acusavam
Profundamente os odores que a guerra constantemente largava.
No fim fazia parte da minha mão na terra
E fazia parte dos rios que sobre as margens cresciam
Palavras e regressos eram bastante desejados
Mas a distancia e a memoria precária eram contestados
A saudade restava espaços no meu ser
E segurando a ferida aberta de um amigo
Cataratas recordadas percorriam pela minha face
Enquanto que nele os olhos falavam de uma outra parte
Agora velho, perdido e antes fosse, vivo,
Recordo um adeus antecedendo à manhã da estrela polar
E vejo, humilhado, as mãos levantadas
Pedindo com o que restava da boca,
Homens que fossem recordados,
Não pela sua coragem e valentia que muitas vezes fraquejara,
Mas antes pela sua contribuição nacionalista,
Que morreram ou não, por uma pátria que merecia!
Aclamo agora às grandes verdades que sejam reveladas
De ombros deslocados habitados em planícies longínquas
Onde a luz dialogava o ultimo sol do silêncio, reservado
Valeu a pena? Noites ao luar seguidas de um olhar triste
Ou de palavras irrepetíveis de homens grandes,
Ou grandes homens, nascidos ou criados para acreditar...lutar
Grãos do estio repartidos no vento que costumavam cantar,
Mas agora são água e rio numa terra, em que não sabem falar
Nós e as palavras!
Nós e os actos!
Basta de outras águas e rios
Temos as nossas ribeiras e franjas com histórias para contar
Com culturas para mostrar e recordar
Somos um povo e somos povo
E devemos aproveitar as ninfas da nossa Terra
E embelezar aquilo que é nosso.
Fomos ao mar ver o que havia e soubemo-lo depois
Que muito nos tinha para dar.
A ausência dos regressos provou que também perdemos,
Mas também ganhámos provando que conquistamos, por sermos.
Soldados!
Homens recordados por serem... Portugueses!

30/11/97

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A respiração do tigre

Por campos amarelos e selvagens,Como se de dúcteis paredes de memória se tratasse,Ele rasteja pelos submersos silos de trigo,E respeita o dom de caçador nato,
Não para assassinar, mas para sobreviverA uma dura vida de esperanças encurtadas pelos homens...Repito, por ditos homens...Que nada fazem senão permanecer numa agonia eterna...E deserta que nem ética ou chuvas vermelhas de inocência,Os fazem ser mais animais que outra coisa qualquer.Esses são por escolha, e a sua cobardia ilimitada,Proclama clandestinamente a fraca respiração do tigre.
Ele ainda existe!...E revela-se tão distinto como o próximo fruto que apodera.Seu corpo de fogo que arde quando hesitantes tacteiam,E a forte luz da bruma que cria, não é por gosto, ofício,Mas é mais um corpo que se abre e grita pela sua ferida.Um triunfo? Por estar vivo e viver?
Hoje, mais de metade colheu ventos e adormeceu em seus riosEnquanto que a minoria, viva,Escorrega mansamente sobre a água ainda por manchar,Recolhendo a frágil luz dos últimos dias de nobreza,E como primos dos reis da selva, lembram outras históriasEm que a respiração era contínua e forte e bem recebida,E a terra era coberta de sombra dos cedros gigantes queProlongava o seguro garantido da selva e a ausência de medo.Antes reinavam-na, agora sentem-na!
O tigre vivo respira,Mas sente que é ameaçado, só por respirar!


24/2/98

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A cegueira

Água, pura e transparente...
Revoltado com a firme vontade de...
Tocar,
Sentir,
Provar e ouvir.
Almas embrulhadas em sopro divino e calmo,
Que nada fazem para uma mudança de corpos,
E procuram a sua medida e eterna luz....
Na escuridão e cinemas sem cor.
Neste efémero instante em que a harmonia instala-se;
A palavra é muda e o receptor é surdo.
Mas a verdade jamais será visionada...E porque,
O mundo é, aquilo que não é.
Ver não é ouvir, e ouvir nunca será ver!

26/4/98

terça-feira, 30 de junho de 2009

Desejos

Pura, bela e deusa...
Porque não te amo?
Tu desejas e amas e sentes,
Mas eu vivo em mentiras e quartos queimados.
Razões que me atropelam a mente,
Tornam-me ainda mais confuso e perdido,
E não sei o que fazer.

Tenho liberdade e ar natural,
Não me persegues, nem esperas...
Apenas amas o meu ser, que tanto odeio.
Odeio-me e castigo-me por não saber ser...teu!
Queres mas não pedes,
Vives mas não te interessa viver.
E ainda não sei o que fazer.

Durante noites te procuro.
Quero fazer parte da tua parte,
E compreender...
Entender a tua calma mais forte que a minha paz e alma.
E perceber o que tenho que ser,
Não por obrigação mas por tentar amar e apreender.
E agora sei o que devo fazer
Não sou perfeito nem tu és perfeita.
Somos antes seres que podem tentar ser perfeitos
A questão não é se te amo! Mas se te quero...
Para algum dia atingirmos o desejo de sermos perfeitos.

25/4/98

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sinestesia - As sensações

Mas é de beijos que falo...
Longos beijos sem fim
Que só por si, falam difíceis vocábulos e sentimentos
De compreensão.
Natureza selvagem, em prática ou teoria...
Não interessa!
Meu corpo no dela, meu coração no seu seio
E a minha alma na sua razão acesa.
Que todo faz por si e se resume à paixão!
Todo porque possui-a;
Seu cheiro, seu sorriso, seus cabelos e o seu espírito.
Não mais posso fazer senão conquistar e
Tocar naquilo que se ama verdadeiramente e se deseja.
É amor e ardor,
E só quando a morte paira é que luto para morrer...
Mas para morrer por ela! Por ti...Amor!

29/3/98

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma mente genialmente doente - Van Gogh

Não sabia quem ele era...
Só sabia que tinha uma orelha.
Achava engraçado,
Até saber que tristeza era.
Chorei e chorei,
Como nunca dantes,
Culpei-me e culpei-me,
Do meu humor infantil de uma criança, fria.

Fui violado pela sua pintura,
Pela sua emoção artística,
E sua arte mística.
Do seu passado, tenho ciúmes,
Pois vi um homem de talento.
Louco era considerado,
Para Paul Gauguin também...
Mas era essa loucura
Que o tornava genialmente doente
Crime? Talvez!
Génio? Sem dúvidas!

Apaguem-se os ventos
Abram caminhos de tanto perdão
Nada lhe valeu a loucura
Pois acabou, anos sozinho, sem cura nem coração.

13/10/97

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mentiras

Os homens mentem
Muito mentem os homens
Mas mais mentem os verdadeiros homens
Que aqueles que se dizem ser homens
Ilesos do tempo
Presos num odioso circo-centro
Num destino pouco certo
Quando se chega ao fim do deserto
A mentira revela estar perto
Do homem que não for esperto.

7/8/97

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Gens Bizarre

Ils décident de tout si tu veux
Ils écrivent l´amour pour toi si tu ne peux pas
Dans le désert
Ils peignent...Ils peignent...
Mais ne le savent pas
Ce sont des gens bizarre
Ils sont d´une outre race
d´une outre clâ
d´une outre monde

Mais, comme gens normale
Ils vous donnet le bras
Et dans le désert
Ils vous laissez passer
Avec eux
Je peux avoir les cheveux blancs
Et morrir avec style
Ce sont des gens bizarre
Ce sont des gens bizarre!

24/1/98

terça-feira, 9 de junho de 2009

La Nuit

La nuit...

Quand je dorme...

Passion et courage
Les jardins du temp
L´esperance d´amour
Et les silences de la mort

La nuit me donnais tout
Tout me donnais, la nuit
Sans peur ni bruit
Je mange les fruits interdits

Et alors!

Quand je me reveille
"Quel injustice" je dit
Je vendrais le jour pour la nuit
La raison et establi

Quand je dorme...
Tout me donnais, la nuit

11/12/97

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Infindável Planície no Deserto

Do nada nasceu,
De onde água azulada cresceu.
Pura e efémera, no sempre,
Num movimento infantil, mas crente.
Nesta tranquilidade, entardece,
Tornando-se num desejo assombroso
E anormal como ervas no deserto.
Os olhos e as estrelas seguem-no,
Ao inexorável encontro com o céu aberto,
Até que se cria uma plana planície.
Planície de nome mas conquista de sobrenome,
Onde as flores caiem sem tocar em terra,
E o fim parece mais longe que o começo da serra.
A planície, no deserto-sem-fim.

12/8/97

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Attention

Laisser l´ artist penser!
Dans vos chambre glacées

Ouvre le fenêtre pour le soilei
Laisser l´ artist penser!
Il avais leur innocence

Il avais leur styleAttention!
Moi, je te chercherai

Moi, je te ferais l´amour

Je voudrais avoir tes yeux et te coeur

Et je veux "que tu sache"

Que je ne vendrais pas ton passion

Entre ton poesie et le temps

Il ne reste que moi

Je veux que tu sache

Que se ne vendrais pas ton folie

Pour rien!

Attention!

Pour rien!


11/12/97

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Mulher

O homem possui algo de mulher
Seja ele poeta ou pintor
Músico ou amador
Ela é artista
No seu mundo de esplendor
E dai nasce o amor
Pela mulher-mãe sentir a dor

Se vejo mulher
Despida na esquina
As minhas ideias
Passam a desconhecidas
Não compreendo
Depois de tanto tempo
Uma mulher explorada e
Conformada por ficar com o nada
A mulher não tem de se libertar
Já é livre, como sempre foi livre
Só tem que lutar
Para alguma coisa do nada, alcançar

26/9/97

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Le Dictacteur

Oú il est mon entier?
Avec la marée de mon mer...
Qu´est ce que c´est cette mélancolie?
Sur le amour de ma vie.

Je ne veux pas un drapeau noir!
Je veux une qui represent l´espoir.
Et ces armes rouillées qu´est ce que c´est ça?
Est-ce que mon entier a fini por hasard

Silence!
Ne rigole pas, tu n´a gagné
Tu necessite de la liberté

Les soleils sont fatigués
Les guitares sont décomposé
Qu´est ce que tu veux?
Un fusil pour exécuté

Silence!
Ne rigole pas, tu n´a gagné
Je suis le lion de ma brousser
Je suis le chefe de ma vie

Le Dictateur! Je suis le Dictateur.

29/11/97

A terra dos poemas

Poemas de 1990 a 2000